Talentos do Semiárido

Vilmar Luiz Lermen, apicultor

Exu, Comunidade Serra dos Paus Dóias, Pernambuco

Vilmar Luiz Lermen - AgrodoiaDesde adolescência no Paraná, Vilmar Luiz Lermen se interessa pelas abelhas nativas. E já se vão mais de vinte anos de experiência na criação, recuperação, conservação, preservação e multiplicação das abelhas nativas. Na Comunidade Serra dos Paus Dóias, em Pernambuco, desde 1998, ele começou a ter contato com intercâmbios, cursos de criação e estudo dos meliponídeos no litoral e no sertão. Além das abelhas nativas, também se especializou em sistemas agroflorestais, sementes crioulas, frutas nativas e viveiro de mudas.

Boas práticas. Em todas as entidades em que participa, como a AGRODÓIA – Associação de Agricultores Familiares e Extrativistas da Chapada do Arararipe, Vilmar ajuda a desenvolver atividades produtivas e de formação voltadas à comunidade local. Um dos trabalhos mais desafiadores foi a recuperação e o estímulo a preservação e criação das abelhas nativas, especialmente a Uruçu-de-Chão (Melípona quinquefaciata) que forma ninho no solo e, por isso, é alvo de toda sorte de predadores. Para o futuro, o plano é desenvolver ainda mais a produção ecológica e aumentar a renda das famílias. “Também precisamos ampliar as fontes de trabalho, acesso à água, renda, educação contextualizada além de esporte e lazer a todos da comunidade”.

Talento local a serviço do bem comum

O primeiro contato com as abelhas nativas aconteceu no Paraná, quando ainda era adolescente. Desde então, o interesse do apicultor e agricultor Vilmar Luiz Lermen pelas melíponas só fez aumentar. Em 1998, ao se mudar para Serra dos Paus Dóias, em Exu, Pernambuco, ele passou a ter acesso a cursos de capacitação, intercâmbios e estudos sobre a criação e preservação das abelhas nativas, em áreas tão distintas quanto o litoral e o sertão. Lá se vão mais de vinte anos trabalhando para criar, preservar e difundir a importância vital que esses pequenos insetos têm para o meio ambiente e para a vida na terra. Animais fascinantes, as abelhas são as grandes responsáveis pela polinização das plantas.

Comprometido com a agroecologia e com a meliponicultura (criação de abelhas sem ferrão), Vilmar faz parte da AGRODÓIA – Associação dos/as Agricultores/as Familiares da Serra dos Paus Dóias desde 2007, onde já foi secretário e presidente. Também é sócio e secretário da CAATINGA – Centro de Assessoria e Apoio a Trabalhadores/as e Instituições Não-Governamentais Alternativas, é associado e vice-presidente do STR – Sindicato dos/as Trabalhadores Agricultores e Agricultoras Familiares de Exu-PE e associado do CRESOL ARARIPE – Cooperativa de Crédito Rural com Interação Solidária.

Na AGRODÓIA, Vilmar atua como representante da Entidade no Conselho de Desenvolvimento Rural Sustentável em Exu e no Conselho Consultivo na APA CHAPADA DO ARARIPE, instituição ligada ao ICMBio – Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade.

Para ele, o cooperativismo é um importante instrumento para melhorar as condições de vida de todos. “Esperamos poder construir coletivamente um desenvolvimento local, baseado na produção ecológica, geração de renda para as famílias e que todos possam usufruir do resultado deste trabalho. Nosso objetivo é ampliar as fontes de trabalho, renda, acesso à água, educação contextualizada e comunicação popular.”

Vilmar Luiz Lermen - Agrodoia

Como membro associado das entidades, Vilmar trabalha no desenvolvimento de atividades produtivas, em iniciativas, municipais e nacionais, que viabilizam a formação da comunidade local.

O trabalho de recuperação e preservação das abelhas nativas locais já tem rendido bons frutos. Um exemplo é o caso da abelha Uruçu-de-Chão (Melípona quinquefaciata), espécie endêmica da região, que forma ninho no solo e tem sido alvo de diversos predadores. Para preservar as abelhas, foi desenvolvido um processo simples, mas inovador: potes de barro cilíndricos e casinhas feitas de placas, usando como modelo as cisternas da ASA – Articulação Semiárido, protegem os ninhos dos predadores, do sol e da chuva. O processo também facilitou o manejo e o acesso para a colheita de mel. Como resultado, aumentou o número de colônias de abelhas nativas na comunidade e o número de famílias envolvidas com a criação e comercialização de mel.

O envolvimento da comunidade também viabilizou a construção de cisternas de placas maiores para captação e armazenamento e uso da água de chuva, além da participação no cultivo, manejo e beneficiamento de frutas nativas, como o cambuí, murta, maracujá da Caatinga, jatobá e araçá. Também já está em fase de testes a extração de óleos essenciais das plantas nativas da Chapada do Araripe para produção de cosméticos.

Contato:

Vilmar Luiz Lermen  
vilmarsabia@yahoo.com.br
(87) 999371999

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