Talentos do Semiárido

Coopercuc (Bahia)

Protagonismo da mulher, gestão participativa, inclusão da juventude e acesso a novos mercados: a exitosa trajetória da Coopercuc

Produtos Coopercuc (Bahia)

A sua fundação aconteceu em 2004, quando mulheres agricultoras rurais de três municípios do Sertão baiano se juntaram nessa tarefa. A Cooperativa Agropecuária Familiar de Canudos, Uauá e Curaçá (Coopercuc), nasceu da união de 44 mulheres que desejavam organizar sua produção e comercialização. Eram ativistas dos movimentos sociais, sindical e de partidos de esquerda. Um grupo de jovens, à época, de diversas comunidades de Uauá ficou a frente da cooperativa.

Mas a história da Coopercuc começa mesmo em 1986, quando vinte mulheres se reuniam para preparar, de forma artesanal, produtos do umbu. Posteriormente criou-se o grupo Unidos do Sertão, que agregava cerca de 30 comunidades, envolvendo mais de 100 pessoas. A produção do grupo era levada para comercializar nas feiras dos municípios. O município de Uauá recebeu a primeira barraca de venda dos produtos.

Camponesa integrante da Coopercuc (Bahia)

O trabalho dessas famílias recebeu um aporte financeiro bom em 1999, com a aprovação do Programa de Convivência com o Semiárido (Procuc). O recurso possibilitou ampliar o número de pessoas e comunidades envolvidas no trabalho de beneficiamento e comercialização. O Programa também tinha como foco promover a segurança alimentar das famílias envolvidas e contou com o apoio técnico do IRPAA.

O Grupo também recebeu outro aporte financeiro em 2003, da CRS, organização ligada a Igreja Católica. O recurso foi para construção de uma unidade de beneficiamento de frutas que ficou pronta e começou a funcionar em janeiro do ano seguinte. Outras treze pequenas unidades de processamentos de frutas foram construídas nas comunidades, em 2005, desta vez com a ajuda da Fundação Slow Food para a Biodiversidade. O objetivo foi de melhorar as condições de produção local e aumentar a produtividade dos grupos que estavam vinculados a Coopercuc.

Produção de doces da Coopercuc (Bahia)

Esses incrementos na melhoria das estruturas de produção colaboraram para melhorar as condições de trabalho e a qualidade dos produtos, assim como ampliou a oportunidade de mercado. E, na atualidade, a Coopercuc vem investindo nos processos de autoadministração e gestão cooperativista.

A Coopercuc trabalha, especialmente, com produtos oriundos do extrativismo das plantas nativas da caatinga, como por exemplo, o umbu e o maracujá nativo. Doces, geleias, polpas, compotas, caldas para sorvete, vinagre, dentre outros, são produtos que têm grande aceitação no mercado nacional e internacional. A produção respeita os eixos social, ambiental, cultural e econômico. Como estratégia de atingir outros mercados, entrou com o processo de certificação orgânica, em 2006. A certificação garantiu a venda para a Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB), por meio do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), do governo Federal. Essa iniciativa impulsionou a comercialização para o mercado externo.

Doces e Geleias com frutas da Caatinga

A Coopercuc hoje, congrega 16 associações, 16 mini-unidades de processamento de frutas. Uma parceria que leva a prática de políticas para o desenvolvimento local sustentável das comunidades, unindo 300 famílias.

Um desafio colocado para a Coopercuc é estimular a juventude rural a se apropriar desse espaço organizativo, já que foi ela que iniciou a gestão da Coopercuc. A cooperativa abriu suas portas para que jovens de diversas organizações, escolas e universidades venham conhecer o trabalho.

Contato:

COOPERCUC   
adilson@coopercuc.com.br
(73)36731428
www.coopercuc.com.br

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