Talentos do Semiárido

Elenita Maria Souza Silva, trabalhadora rural

Manoel Vitorino, Comunidade COOPROAF, Bahia

Elenita Maria Souza - CoproafSócia-fundadora da COOPROAF – Cooperativa de Produção e Comercialização dos Produtos da Agricultura Familiar do Sudoeste da Bahia, Elenita vê no cooperativismo e empreendedorismo rural um caminho fértil para o Semiárido baiano. A cooperativa começou com a iniciativa de um grupo de mulheres que produziam doces e outros derivados de umbu em cantinas das escolas municipais. Pouco depois, o trabalho foi reconhecido pelo governo do estado através do Projeto Gente de Valor da CAR – Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional, além receber um financiamento do FIDA – Fundo Internacional para o Desenvolvimento Agrícola.

Boas práticas. Nos últimos anos, a cooperativa cresceu com a construção de três agroindústrias para o processamento de frutas. Mas o maior desafio, é implantar uma gestão profissional em todos os setores da cooperativa. “Queremos fidelizar clientes dos mercados formais, institucionais e divulgar a marca Imbuíra nacionalmente”, diz Elenita. Em parceria com o ISFA – Instituto Formação Cidadã São Francisco de Assis, a COOPROAF desenvolveu o projeto Umbu da Gente, destinado à recuperação das plantas nativas da Caatinga, entre elas o umbuzeiro, e conta com programa de plantio, mudas e podas das espécies nativas.

A preservação da cadeia produtiva

A história da COOPROAF começou com um grupo de 13 mulheres que se reunia com frequência para produzir doces à base de umbu em cantinas escolares da rede municipal, em Manoel Vitorino.

A pequena cidade no sudoeste baiano é o maior produtor de umbu do Estado e um dos maiores do país. Quando é época de colheita, de lá saem mais de 50 mil quilos de umbu. Tamanha fartura foi determinante para que o IRPAA – Instituto Regional da Pequena Agropecuária Apropriada, apoiasse o beneficiamento das frutas nativas e conduzisse cursos de formação para incentivar sua transformação em doces, geleias, compotas, sucos e polpas. Em 2010, um grupo de 23 mulheres e 1 homem fundou a COOPROAF, que hoje conta com 76 cooperados. Logo o reconhecimento chegou através do Projeto Gente de Valor da CAR – Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional, com financiamento do FIDA – Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola.

Desde então, a cooperativa criou a marca Imbuíra para comercializar os doces, construiu três agroindústrias de processamento e há pouco mais de um ano conquistou os selos e certificados sanitários necessários para que não haja mais barreiras para seus produtos em todo o território nacional.

Gestão profissional

Sócia-fundadora, Elenita já desempenhou várias atividades na cooperativa: foi gerente de comercialização e em 2014 foi eleita presidente. “Nosso desafio é fazer uma gestão profissional em todos os setores da entidade, fidelizar clientes dos mercados formais e institucionais, divulgar a marca Imbuíra nacionalmente e consolidar a COOPROAF no mercado”, diz.

Às conquistas sociais e econômicas da COOPROAF soma-se uma grande conquista ambiental. O Projeto Umbu da Gente, concebido e executado pelo ISFA – Instituto São Francisco de Assis, entidade da sociedade civil, em parceria com a cooperativa, atua na preservação e replantio de umbuzeiros. Após uma pesquisa, o ISFA notou a necessidade de incentivar o reflorestamento da Caatinga com sua árvore símbolo, o umbuzeiro, além de outras plantas nativas. O desmatamento e a pecuária de caprinos, ovinos e bovinos, mostrou que era necessário o plantio de novas mudas, até para, futuramente, substituir as plantas envelhecidas e garantir colheitas fartas, como as que ocorrem atualmente, para que as fábricas de beneficiamento produzam doces o ano inteiro.

O Projeto Umbu da Gente atua em um ponto sensível da cadeia produtiva: ajuda a capacitar os agricultores para produzir mudas e plantar novas árvores para preservar e dar continuidade ao umbuzeiro. Projeto tem como meda plantar 12 mil pés de umbu em 160 propriedades em Manoel Vitorino e região. O reflorestamento da Caatinga é fundamental para que as novas gerações também possam se beneficiar do umbu como fonte de renda e trabalho.

Elenita vê no cooperativismo e empreendedorismo rural um caminho fértil para o Semiárido baiano, além de uma alternativa viável para engajar a juventude rural e evitar o êxodo rural das pessoas que partiam por falta de oportunidade.

Contato:

Elenita Maria Souza   
elenitamaria@hotmail.com
(73)81822803

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