Coopapi (Rio Grande do Norte)
Diversidade de produção e ampliação de mercados como estratégia de fortalecimento da agricultura familiar – o caso da COOPAPI
Quando as famílias agricultoras formam uma cooperativa suas vidas tendem a ganhar mais segurança no que se refere à comercialização de seus produtos. Outro elemento que favorece o desenvolvimento das famílias é a sua participação em espaços de decisão, como na gestão da cooperativa quando esta se dá de forma participativa e democrática.
A convergência da produção de várias cadeias produtivas também confere à cooperativa condições de negociar a venda diretamente com os mercados, criando autonomia frente aos atravessadores. Essa possibilidade estrutura e organiza as cadeias produtivas, como a do mel, polpa de fruta, farinha, algodão, castanha, entre outras que existem no território do Sertão do Apodi, no Rio Grande do Norte, área de atuação da Cooperativa Potiguar de Apicultura e Desenvolvimento Rural Sustentável (COOPAPI).
A inserção em mercados agrega valor aos produtos, uma vez que os comercializa a preços justos levando em consideração o custo de produção, aumentando o faturamento dos/as produtores/as.
Também se observa a participação ativa de jovens e mulheres na gestão das cooperativas possibilitando o seu protagonismo. Tudo isso provoca a elevação da autoestima dos cooperados e fornecedores, ativa o sentimento de solidariedade e a troca de conhecimento.
Fundada em abril de 2014, a COOPAPI envolve 399 agricultores/as familiares de todos os municípios do Rio Grande do Norte, sendo 279 são cooperados e 120 agricultores/as fornecem algodão agroecológico. A cooperativa tem parceria com 16 casas de mel, 22 associações e uma central de cooperativa.
Além de trabalhar com o mel e a castanha, a COOPAPI se especializou no artesanato a partir do algodão agroecológico. A diversidade de produtos comercializados pela cooperativa é uma estratégica para a sua sustentabilidade, uma vez que ajuda a equilibrar a receita quando um ou mais produtos estão com preços oscilando para baixo e confere maior estabilidade às unidades produtivas.
Essa diversificação dos produtos foi possível pelo seu envolvimento no processo de resgate da cultura do algodão em bases agroecológicas, uma iniciativa do Projeto Dom Hélder Câmara (PDHC) / Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) / Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrário (FIDA) e da Embrapa Algodão.
A COOAPAPI foi fundamental na criação da Associação de Certificação Orgânica Participativa (ACOPASA), responsável por certificar que o produto obedece às especificações da Lei de Orgânicos 10.831/2003. Por se orientar em uma metodologia participativa para certificação, a ACOPASA corresponsabiliza os agricultores/as entre si para avaliarem os seus sistemas de produção.
O selo de garantia da ACOPASA, reconhecido pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), possibilita aos produtores acessar outras opções de negócios para produtos vegetais como algodão, gergelim, feijão, entre outros. A proposta é que entre 2015 a 2016 seu escopo possa ser ampliado para a comercialização da castanha e posteriormente do mel, a partir da adequação de seu estatuto para atender algumas exigências do MAPA. Com isso, a COOPAPI e ACOPASA estarão em processo de parceria pela comercialização do mel e da castanha.
Além de avançar na organização da produção para além do mel e da castanha, um dos principais desafios da COOPAPI é a conquista da autorização da inspeção sanitária para a venda de seus produtos de origem animal e processados vegetais para os programas governamentais de aquisição de alimentos – o PAA e o PNAE, que a partir de 2011 passou a exigir das organizações sociais o Serviço de Inspeção Municipal (SIM).
A cooperativa mantém uma Bodega na sede de Apodi, município sede do território do Sertão do Apodi.
Outra iniciativa que fortalece a ação da cooperativa é criação de sua marca Terra Firme, que diferencia os produtos fornecidos pela cooperativa.
Contato:
COAPAPI
(84)33339582
http://coopapi.blogspot.com.br
