Talentos do Semiárido

Assentamento Moaci Lucena (Rio Grande do Norte)

Assentamento Moaci Lucena, uma experiência de manejo sustentável da caatinga

Assentamento Moaci Lucena (Rio Grande do Norte)

O assentamento Moaci Lucena foi constituído por 20 famílias agricultoras que trabalhavam na Fazenda Boca da Mata, não possuíam terra e tinham na agricultura sua principal atividade produtiva. Em agosto de 2015, o número de família tinha chegado para 24. Com 549,9 hectares de solo de boa qualidade para produção agrícola e criação animal, o assentamento fica a 24 quilômetros da sede do município de Apodi, no Rio Grande do Norte.

Para a escolha do manejo do agrobiossistema, foi reconhecido e levado em conta o potencial da caatinga para a integração das atividades produtivas. As famílias assentadas tomaram a sábia decisão de conciliar o uso da caatinga com a sua conservação. Como bioma característico do clima semiárido, a Caatinga se destaca pela resistência natural às condições de irregularidade pluviométrica e ampla diversidade de espécies animais e vegetais.

Atividade de formação no Assentamento Moaci Lucena (Rio Grande do Norte)

As práticas de manejo na caatinga foram raleamento em faixas, plantio de espécies nativas arbustivas e arbóreas com finalidade de produção apícola e de criação de caprinos e ovinos, e regeneração da vegetação nativa. A inovação do manejo produtivo das terras em Moaci Lucena seguiu também a estratégia da experimentação, com a figura do/a agricultor/a experimentador/a – tendo um papel central na construção do conhecimento.

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“O assentamento hoje é uma Associação dos Posseiros do Assentamenti Moaci Lucena. Com a troca de experiências, a gente descobriu que existiam vários fatores que podiam ser transformados em fontes de renda. A principal delas na questão ambiental foi mudar o manejo da Caatinga. Deixar de desmatar e aprender a conviver dentro da mata, fazendo raleamento e rebaixamento e trabalhando essa área também com a cultura de sequeiro – milho, feijão, algodão, gergelim, sorgo…”, conta o assentado José Holanda de Morais.

As técnicas de manejo da Caatinga proporcionam às famílias o aumento da disponibilidade de forragem para os animais, aumento da produção animal, melhoria do solo, preservação das espécies nativas, incremento da renda familiar através da caprinocultura leiteira e de corte e da apicultura. Além disso tudo, as famílias beneficiavam a produção de frutas nativas, produzindo polpas de frutas para consumo próprio e comercialização.

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O assentamento sempre teve como característica a união das famílias. E com a criação da associação, elas estão sempre em busca de apoios para projetos de desenvolvimento sustentável que ampliem suas condições de conviverem com o Semiárido. Entre os apoios, destaca-se o do Projeto Dom Helder Camara (PDHC/MDA/FIDA) e da Secretaria de Desenvolvimento Territorial do Ministério do Desenvolvimento Agrário.

Dessa forma, pode-se dizer que o protagonismo das famílias, somado ao apoio de organizações sociais e de pesquisa, técnicos/as e governos, tornou o assentamento uma referência no manejo sustentável da Caatinga.

Contato:

Associação MOACI LUCENA 
(84)999383803

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