Talentos do Semiárido

Adriana Santos Lima, artesã

Divina Pastora, Sergipe

Adriana Santos LimaQuando ainda era criança, com apenas nove anos de idade, a sergipana Adriana Santos Lima começou a aprender os pontos e os caminhos da Renda Irlandesa para ajudar nas despesas de casa. Sua trajetória se assemelha à maioria da população feminina da pequena cidade de Divina Pastora, incrustrada entre morros e vales, a cerca de 40 quilômetros da capital Aracaju.

Desde que aprendeu a fazer a Renda Irlandesa, Adriana conta que lutava com outras artesãs para fundar uma associação. Fundada oficialmente há 15 anos, a ASDEREN – Associação para o Desenvolvimento da Renda Irlandesa de Divina Pastora surgiu da necessidade de buscar reconhecimento e novos mercados para o trabalho delicado e de grande beleza das rendeiras.

Boas práticas. Adriana conta que seu envolvimento com a associação surgiu de uma necessidade. “Já fui presidente da Associação e tive a vontade de contribuir com a organização e gestão do nosso grupo para expandir nossa renda para outros espaços e territórios”. Desde então, uma das grandes conquistas da ASDEREN foi conseguir, em 2008, o registro de Patrimônio Cultural Imaterial Brasileiro para o Modo de Fazer Renda Irlandesa em Divina Pastora, concedido pelo IPHAN – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.

Ponto a ponto, fio a fio

Seguindo a tradição de Divina Pastora, a artesã Adriana Santos Lima começou a aprender os pontos e os traçados da Renda Irlandesa com sua mãe, quando tinha nove anos de idade. Também foi assim com suas irmãs e sobrinhas. E também foi assim com sua filha que aprendeu o bordado com ela.

Desde que aprendeu o ofício, Adriana e as rendeiras de Divina Pastora batalham para formar uma associação. Há 15 anos, foi fundada a ASDEREN – Associação para o Desenvolvimento da Renda Irlandesa de Divina Pastora. A associação foi oficializada há 15 anos, mas começou a ser pensada há mais de 20 anos.

Adriana conta que seu envolvimento com a associação surgiu de uma necessidade prática. “Já fui presidente da Associação e tive a vontade de contribuir com a organização e gestão do nosso grupo para expandir nossa renda para outros espaços e territórios”.

Com a associação, as rendeiras se uniram para chamar a atenção das pessoas para um saber tradicional único, de extrema beleza. Uma das grandes conquistas da associação foi a batalha para obtenção do registro de Patrimônio Cultural Imaterial Brasileiro para o Modo de Fazer Renda Irlandesa em Divina Pastora, concedido pelo IPHAN – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.

O registro catalogou mais de vinte pontos diferentes e ajudou a divulgar no estado a Renda Irlandesa, além de aumentar o turismo em Divina Pastora. Apesar do avanço, a iniciativa não resolveu um dos maiores problemas para as rendeiras: acesso a mercados variados.

Fio a fio. Todos os dias, Adriana dedica cerca de 10 horas à renda. É um ofício muito trabalhoso, demorado. Uma única blusa pode levar até dois meses para ficar pronta. Encontrar pontos de venda e garantir uma remuneração justa às artesãs, estão entre as prioridades da associação. Falta às rendeiras acesso a novos mercados, uma oportunidade de mostrar ao resto do país seu trabalho primoroso. “Vendo no centro de arte de Aracaju, mas deveríamos ter outros pontos de vendas. O comércio ainda é uma dificuldade”, diz Adriana.

Há muitos anos, a Renda Irlandesa é uma tradição que passa de filha a filha, de mulher para mulher em Divina Pastora, pequena cidade a quase 40 quilômetros da capital sergipana, Aracaju. A ASDEREN conta com 80 associadas, mas, segundo Adriana, em cada casa de Divina Pastora há pelo menos uma mulher que faz Renda Irlandesa.

A Renda Irlandesa tem origem na Europa e remonta ao século 17. No Brasil, teria chegado junto com os imigrantes europeus, mas fincado raízes na região de Divina Pastora em meados dos anos 1950. Logo, a Renda se tornou uma alternativa para muitas famílias.

Para manter viva a tradição e para que os inúmeros pontos diferentes não deixem de existir, a Renda Irlandesa será um dos cursos ensinados no Projeto Social do Munícipio de Divina Pastora no âmbito do Programa Projovem.

Embora as adolescentes já não se interessem tanto pelo ofício, em Divina Pastora, a crença é que nunca vai faltar rendeira. Para o futuro, Adriana acredita na troca de conhecimento e experiências para fortalecer a associação. “Espero que possamos estar mais unidas, participando de intercâmbios com outras artesãs rendeiras. Esses momentos, além de trazer mais conhecimentos, nos fortalece na nossa caminhada”, diz.

Contato:

Adriana Santos Lima
adriana.limasaoluiz@hotmail.com
(79)8835-4825

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